domingo, 20 de junho de 2010

Besteirol na TV

Tem certas coisas que não da pra entender mesmo. Como por exemplo, porque minha irmã perde sua noite de domingo assistindo ao programa Pânico na TV. Ô programinha sem graça! Sátiras mal feitas, ironias não alcançadas, preconceito declarado, contra pretos, feios, nordestinos, gordas, homossexuais e, não se salvaram os portadores de necessidades especiais. Sem falar dos quadros “nada a v”: um cara se mutilando, umas mulheres que saem peladas nas ruas , servindo única e exclusivamente de figura sexual. Na verdade, a mulher é a figura mais atacada, porque quando não é a “burra gostosa”, é a gorda, preta, desdentada, idosa (desrespeito total). E convenhamos, a única coisa que aquelas mulheres que trabalham alí têm é bunda e peito, com o perdão da expressão.


Mas, fazer o que né? O programa agrada muita gente. E, o público mais fiel é justamente aquele que mais é zombado pelo pânico na TV. E, como se não bastasse o “Ronaldo”, e “Antonio Nunes”, mais uma chatice pra encher meus ouvidos: “Qui bom”. Aff! Ô coisinha chata!

Há quem diga que é um programa com uma proposta diferente, é um besteirol que se assume como tal e se utiliza da pouca formalidade pra acusar a formalidade vazia, talvez. Mas acaba sendo mais um programinha vazio como o do Faustão, o Super Pop, o da Márcia. Resumindo, um programa que não acrescenta em nada, não tem humor nenhum, se a proposta era essa, fracassou.

A dúvida







E o que vai acontecer depois? Não sei

Basta um primeiro passo? Quem sabe... Talvez

E porque não deu? Não era pra ser?

Ou alguma coisa não foi feita como deveria?

E agora o que fazer? Arriscar ou esperar?

É melhor prevenir ou ver no que dá?

O futuro a deus pertence. Eu não vou planejar?

E depois da morte vem o que?

De onde vim e para onde vou?

Que rumo devo seguir? Que escolha decidir?

O coração conhece a verdade ou se ilude buscando felicidade?

E onde foi que eu errei? Será que errei?

Me responde! Eu não sei

domingo, 13 de junho de 2010

À você, sua infelicidade


Não diga mais nada ou então diga logo tudo que precisa

Eu não preciso mais dos seus fingimentos

Guarde essa conversa fiada, pois não estarei mais aqui

Pouco me importa o que virá depois

Pouco importa o que você pensa de mim

Guarde seus julgamentos e incompreensão

Se hoje não precisa, pois que seja pra nunca mais

Mentiras, inveja, fingimentos, pedras

A falsidade que eu não desejo nem a você

Mas desejo que um dia tenha tudo que é

E que então veja tudo que fez

Que tenha toda mentira e infelicidade

Talvez assim todo meu ódio se dissolva

E de alma lavada, eu volte a sorrir

sábado, 5 de junho de 2010

À espera do ônibus

Era uma sábado a tarde, era uma tarde quente. Eu estava na integração esperando um “Terminais BR”. A fila na plataforma, como quase sempre, estava enorme. Eu acabara de chegar ao final da fila quando o ônibus chegou, mas já imaginava que talvez não desse pra entrar. Mais uns vinte minutos, e eu já não era mais uma das primeiras pessoas da fila, um grupo já se acumulava ali na frente, se preparando pra hora da partida. Aquele desespero, eu já imaginava como faria pra entrar no ônibus sem sofrer um mínimo arranhão. Calculava e ficava cada vez mais preocupada, a quantidade de pessoas tava aumentando mais e mais, e elas estavam cada vez mais estressadas porque o ônibus demorava muito. Ao mesmo tempo ainda ouvia algumas conversas. Um senhor ao meu lado meio estranho, com uma galocha, uma caixa de ferramentas e, pendurado no pescoço, um sujo avental de couro que jogava pra trás, dizia que era o Superman , levantava o braço como se fosse voar, como se estivesse brincando com criança. Eu ouvia, mas nem dei atenção. No começo achei que ele fosse louco, mas depois vi que ele só não era muito normal. À minha frente, duas fura-fila reclamavam do ônibus que não vinha, uma dizia que precisava chegar em casa pois tinha muito serviço pra fazer. Ouvindo isso, o Superman disse “É tem que trabalhar. A VIDA É DURA PRA QUEM  DÁ MOLE. Eu não tenho emprego fixo, faço bicos. Mas ainda consigo tirar mais que muita gente que trabalha de carteira assinada; ainda consigo mais que um salário mínimo.” As mulheres só olharam pra ele e viraram a cara o ignorando, eu só pensava naquela situação. Uma terceira pessoa, um rapaz magro, baixo, novo, mas de aparência sofrida respondeu “Siô o que dá dinheiro é soldador”. O Superman falou : “rapaz, eu recebi 50 conto hoje trabalhando na casa de um barão pra banda daqui”. Disse ele apontando. O rapaz insistiu “Siô, mas o que dá dinheiro é trabalhar com solda. Outro dia tive que mandar botar solda num carro da empresa e o cara cobrou 150 pau pra colocar só uma bestêrinha”. Daí desengatou uma breve conversa, falaram sobre tipos de solda, o que dava mais dinheiro, o Supermem contou brevemente o que ele fazia, sempre enfatizando que ele se dava bem porque trabalhava “direitinho”. E de repente a conversa parou, nada de ônibus. Eles simplesmente se calaram, assim do nada. Para a minha tristeza, eu já estava mais distraída, já tinha esquecido o medo de ser pisoteada na hora entrar no ônibus. Finalmente veio um busão, que parou muito depois da plataforma, o que favoreceu a “muvuca” que já tava aglomerada mais na frente, uma briga, um “empurra-purra”. Muita gente ficou de fora. Mais atrás viria um ônibus que não dava pra todo mundo que estava ali, não ficaria tão lotado, e dava pra mim. Antes que o ônibus chegasse ainda escutei uma ultima “palavra” do rapaz que, em voz alta, disse: “Cuida ônibus, vem logo. CUIDA QUE EU TÔ ENFARDADO DE TRABALHAR”. Eu acabei deixando escapar um risinho no canto da boca, mas foram palavras que me fizeram refletir por horas.

Que vença o menos pior!!!


Antes de uma propaganda política, mesmo porque eu não to ganhando nada pra isso é só mais uma idéia emergente.



As eleições se aproximam e me vejo sem candidatos a presidência e muito menos a governador do estado. Não há aquele político que traga um pouquinho de esperança de mudança, de melhoria. Eles sempre falam da importância da educação, saúde, segurança. Mas nunca apresentam projetos, planos concretizáveis. E depois de eleitos acaba no esquecimento, isso não é novidade pra ninguém, e é uma pena que seja até normal. Pior é, depois de tudo, ainda falar com a maior cara de pau “vou fazer um bom governo porque não prometi nada”, enquanto apresentou um monte de proposta para educação e saúde, principalmente. Foi o que fez o nosso adorável prefeito, e hoje se vê o resultado: professores do município em greve, ruas/avenidas todas esburacadas, ônibus sucateados, a passagem de ônibus aumentou exorbitantemente. Enfim, se tava ruim, ficou pior, mas eu já previa que daria nisso.



A situação parece pior quando não há aquele político em que se consiga, pelo menos, torcer pra ganhar, só pra que não seja eleito um que já se sujou. Esse é o tipo da eleição na qual se vota em qualquer um e entrega nas mãos de Deus: “que vença o menos pior”. Eu já decidi, pra Dilma não voto, pra Serra, pior ainda. Resta-me a Marina Silva, que não se vê com toda imposição e petulância de que precisávamos, como a de Heloísa Helena em 2006, mas já opção a mais. A maior duvida é se o melhor é deixar o governo como está ou apostar em uma presidência nova que possa só piorar a situação do país. Eu acredito que se lula se candidatasse mais duas vezes ele venceria. Não pelo fato de ter sido um governo exemplar, mas porque foi um governo mais estável, se comparado com o de Fernando Henrique Cardoso. E a pobreza foi bem mais mascarada, com os bolsas-esmola. Enfim, como um tiro no escuro, eu voto em Marina, e espero iluminação divina na cabeça dos brasileiros [já que não é Deus que vai decidir isso] pra que façam a escolha certa; QUE SEJA ELEITO O MENOS PIOR!