domingo, 24 de fevereiro de 2013

Apenas a dor
Um recente passado
Somente o medo
Doloroso presente
Atitudes precipitadas
Futuro interrompido
Descrenças, Desilusões
Medo do [des]conhecido
Prisão ao passado
Amor nao permitido
Tristeza concebida

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Busca de Mim

ToC TOC TOC...

- Oi, quem é?
- Eu.
-Que você quer?
- Econtrar a Mim... - Mas, Mim não está.
- Está sim... em algum lugar, perdida por aí. Por favor, deixe eu entrar e procurar.
- Mas aqui não tem como encontrar... - Mas, deixa eu tentar, pelo menos. Não demoro muito, preciso, pelo menos buscar.
- Está tudo espalhado, meio bagunçado.  - Não tem problema, é importante para a Mim!
-Pois então entre, mas cuidado, tem muita coisa jogada, é arriscado cair e se machucar. - Tudo bem! Posso até cair, mas... Não vai doer se a Mim encontrar...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Alice

Depois de ter conseguido fechar todo o relatório e ter enviado para o chefe, agora sim, ela poderia dar aquela pausa e tomar aquela casquinha gelada. Tomou banho, trocou de roupa, passou um pó, o rímel, gloss, perfume suave e pronto. A melhor sorveteria do bairro, quiçá da cidade, ficava a quatro quadras da sua casa, já era uma caminhada, e apesar de parecer uma preguiçosa sedentária por estar acima do peso, ela gostava disso. Era carnaval, o bairro estava tranquilo e deserto, mas a sorveteria nunca fechava. Ao chegar, aquela “boa taaarde” calorosa com o sorriso carismático do seu Wilson já a fazia esquecer o cansaço de toda semana. Seu Wilson era um bom senhor que aparentava ser pouco menos 10 anos mais velho que Alice, que tinha 34. Era sempre bom sentar no balcão e ouvir uma de suas histórias engraçadas de quando era criança. O seu Wilson era diferente, era engraçado, um homem bom de coração. Um homem diferente dos outros homens. Era gentil com todos e parecia não ter maldade. Tinha um ar de ingênuo no olhar que encantava Alice. Ela sempre se perguntara porque ele nunca havia casado. Certamente por que não tivesse muitos mistérios, muitas dores, talvez porque sempre foi um bom ouvinte para mulheres com dor de cotovelos e até um ótimo conselheiro, talvez porque ele não fosse bonito, elegante. Talvez pelo simples fato de não ser um galanteador, de ser um homem simples, fácil de entender, um homem aberto, alegre, acima do peso. Talvez porque não fosse rico e nem tivesse grandes ambições. Huuum... gay? Não, ele não tinha nada de gay, mas também não fazia o tipo “tarado”, era um homem sozinho, que como ela, parecia nunca ter antes experimentado dos prazeres da carne, ele era ingênuo, puro, não era um observador típico de curvas femininas, e isso a encantava muito. – Seu Wilson, o meu predileto, por favor. Alice era como ele, aberta, alegre, falava sobre as coisas simples. Eles nunca falavam sobre relacionamentos, não havia intimidade para isso. Além do mais, assim como ele, ela sempre se privava de alguns assuntos, o que muitas vezes os fazia parecer “pessoas fechadas”. Como ele, ela tinha uma vida média, era assistente administrativo na Secretaria de Meio Ambiente, mas nunca falava sobre os assuntos de trabalho. As conversas com seu Wilson eram sempre sobre as mesmas coisas... novelas, futebol, lugares/ viagens, fatos atuais, um pouco de política e até economia. Ela degustava seu sorvete, como uma criança, enquanto ouvia seu Wilson falar da novela, apenas concordava balançando a cabeça. A sua concentração parecia estar apenas no sorvete. Mas enquanto degustava ela pensava no Seu Wilson... sem expressar nada de seus pensamentos... ah ele jamais pensaria nela daquela forma; pelo modo como se tratavam, pelas conversas que tinham, pela falta de interesse de um pela vida do outro, pensava Alice. – Menina, pare de chorar. Já chega de sorvete! E não adianta por que não pagarei outro, você deixou cair porque quis e já tinha comido a metade. Quer ficar gorda? Pare de chorar! Você vai ficar uma sapona de gorda se comer mais, já chega, vamos embora! Dizia uma mulher a uma criança que aparentava ter seus 5 anos. Elas estavam numa mesa do canto, um pouco distante do balcão, mas Alice e seu Wilson eram observadores demais e pareciam prestar atenção em tudo, mesmo enquanto estavam conversando. – Ei menina, pegue um pouco mais de sorvete, é o meu brinde para você parar de chorar!. – Não, obrigada seu Wilson. E a menina aumentou o volume do choro. –pare de chorar filha! Tah vendo aquela moça sentada no balcão? Tá gorda só de comer sorvete. Cê quer ficar assim? Vai ficar uma sapa, só de gorda, ninguém vai querer casar com você! A mãe sussurrou enquanto puxava a filha para fora, acreditando que apenas ela estava ouvindo. Alice olhou para trás, tentando ver as duas que ja tinham dado as costas, ela volta então seu olhar para frente. E encara o olhar do seu Wilson com os olhos já encharcados. –Oh nãão... Alice... não dê ouvidos. Com o olhar condescendente e quase encharcando de lagrimas, também, seu Wilson daria tudo pra não vê-la assim, sai de trás do balcão, e lhe pega no colo. Aquele abraço era tudo o que Alice precisava naquele momento, aquele bigode roçando a sua testa ainda ficaria na lembrança por um bom tempo, talvez ainda até desejasse outros momentos ruins naquela sorveteria, só pra estar nos braços do seu Wilson, o ouvindo dizer que ela era linda.

O mesmo jeito

 
O meu jeito ainda é o mesmo, sim...e o seu também.
 As aparências ainda são essênciais. E onde está a essência?
Quando se quer aparência tudo perde o sentido, já te avisei, o gosto perde a vez.
Eu continuo a mesma, querendo um pouco mais de vida, de verdade, de sabedoria.
Não quero as grandes rodas, não quero ser de classe, só quero um pouco mais de experiência, de mais sabor.
Fique com a sua maquiagem, seu salto, seu blonde hair. Eu quero mais parceria, saúde e liberdade. Eu quero mais amigos, mais de mim, mais aventura e humildade.
E você ainda é do mesmo jeito. Ainda busca o que te faz parecer o que não acredita ser.
 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O que preciso

E quando eu olho pra tudo... e olho pra trás... Ah eu só posso me amar. Jamais me desrespeitar ou admitir que alguem o faça. Jamais ultrapassar os meus limites... e é isso. Quando vejo o quanto cresci, me sinto melhor. Quantas vezes já me despedacei, já me senti um nada. Muitas vezes já fiz tempestade em copo d’água, e pra nada... Muitas vezes já me julgaram e quantas mil eu já julguei... o tempo passa e tudo pode mudar. E o nosso aprendizado será provado em cada conquista, em cada sorriso. A minha alma deixo guardada, como jamais guardei antes. Ser feliz está agora em conseguir crescer e expandir, o resto é apenas resultado do crescimento... e as aventuras e o conhecimento farão parte dos melhores momentos. Ambição... eu sempre tive. E a minha maior ambição agora é conseguir realizar tudo que me faça transcender. Apenas isso. Se estarei só... pouco importa. Nunca tive medo da solidão. O foco agora é crescer e expandir, é disso que preciso. E tenho cuidado de cada pedaço de mim. Vai chegar a hora e deverei estar pronta, eis talvez a causa de tantos aprimoramentos, tantas lapidações. Pedi pra ser uma pessoa melhor...acho que minhas preces foram ouvidas e pra isso tenho que ser moldada e dessa vez tenho força pra ir até o fim. Perdemos muitas coisas, e a força tem que ser maior, ou não há melhoria, não há mudança. É isso mesmo... perdemos para ganhar. Sábio tempo... que me ensinou a dar valor ao que apreendi, ao que sou, aos meus próprios objetivos, meus sentimentos e minha personalidade. Me sinto estranha ainda, mas sei que no final das contas tudo ficará bem melhor. Mas agora... tenho o que preciso. E é disso que preciso agora.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A flor

Ouvi dizer
Que o teu olhar ao ver a flor
Não sei por que
Achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...vai!
Los Hermanos