terça-feira, 30 de março de 2010

Dia Comum

Saindo de casa dei de cara com um buraco, era mais um depois da chuva de ontem. Fui para parada e lá fiquei uns trinta minutos. Peguei um ônibus lotado, que, por sorte, consegui entrar. Eram muitos buracos, um deles quase derrubou uma senhora que estava em pé ao meu lado. Chegando à integração, desespero. A porta prendeu metade de um homem que não conseguia entrar. Muitos carros, muita gente, pouco espaço. Trânsito caótico, calor do inferno, buraqueira sem fim. Depois chuva e mais calor e pra piorar uma goteira em cima de mim. Chegando lá, a chuva já tinha passado, o calor não. Já estava escurecendo e já tava tudo escuro. Nada de iluminação. Fora o lixo de costume, ainda tinha um amontoado de lixo que estava esperanto pra ser recolhido, ainda não tínhamos nem previsão de quando o caminhão do lixo voltaria a passar. Andando mais um pouco a companhia de água tava lotada, filas de moradores, há dias sem água, com seus baldes. Chegando à escola, só o vigia na porta, mais uma vez as aulas não começavam naquele dia.

Coisas que a gente não esquece

                                                   

Aquele Sorriso Aquele Som Aquele Dia Aquela Palavra Aquele Amigo Aquela Voz Aquele Gesto Aquela Palavra Aquela Vez Aquela Tarde Aquele Lugar Aquele Momento Aquele Ano Aquela Aula Aquela Manhã no pátio Aquele Elogio Aquela Tristeza Aquela Expressão Aquele Olhar Aquela Vista Aquela Derrota Aquele Cheiro Aquele Sábado Aqueles Sonhos Aquela Decepção Aquela Mentira Aquela Loucura Aquela Farsa Aquela Alegria Aquele Amor Aquela Dor Aquela Felicidade Aquelas Pessoas Aquela Música Aquele Herói Aquela Sensação Aqueles Olhos Aquela Frase Aquela Solidão Aquele Pensamento Aquele Suspiro Aquela Cor Aquele Passo Aquela Vitória Aquele Nome Aquele Medo Aquela imagem Tudo Passa Existem Coisas que a gente não esquece

sexta-feira, 19 de março de 2010

O que acontece?


E o que me fez mudar? Não sei.

Uma simples palavra, um simples gesto

E o que mudou? Não encontro explicação

O modo de ver, o meu sentimento

Como ficou? Nem existe descrição

Um emaranhado de antes, durante e depois

E o que ficou? Não existe expressão

Dúvida, medo, desespero. Felicidade




terça-feira, 16 de março de 2010












Ouço vozes que parecem vir longe

O tempo está quente e aqui faz frio

Eles estão chorando e eu com os olhos fechados

Nada mais importa nem o grito nem a dor

O que acontece fora está fora agora

Não faço mais parte do que é parte de mim

Me sinto insensível dormente irracional

Os sentimentos se rebatem e se anulam

Me sinto surdo mudo enquanto vejo tudo

Não consigo entender nada e também não queria

Eu não estou em mim e não queria estar

Não sei nada e ele me leva pra algum lugar

Não sei pra onde vou mas me vejo seguindo

Ninguém me explica nada e nem eu procuro entender

Me vejo nulo me sinto o vácuo me sinto no escuro

E não sei quando volto a sentir algo que não seja duvida

Eu vejo meu corpo não toco meu rosto não vivo em mim

Tensão pré-colação de grau

O fim da graduação vem se aproximando e vai batendo aquele desespero. Primeiro porque eu ainda não sei nem sobre que será a minha monografia e tampouco quem será a minha orientadora. Eu só sei que vai ser uma orientadora, porque o único (e melhor) professor que existe já vai embora daqui a poucos meses.


Outra preocupação é quanto ao que vai acontecer depois da graduação.
Trabalhar? Fazer mestrado? Estudar pra concurso?


Ah, trabalhar certamente. Fazer concurso? É eu preciso de estabilidade. Fazer mestrado? Eu não posso deixar que se torne um sonho distante.


É uma dúvida, indecisão e medo que muitos graduandos ‘finais’ devem sentir, a menos quando já se trabalha enquanto ainda estuda, o que não é o meu caso.


Conseguir um trabalho na minha área não seria tão difícil. Mas um professor precisa de muito tempo pra trabalhar, aulas, atividades, provas, eu ia acabar como muitos, atrasando a graduação e sem tempo para estudar para concursos e pós-graduações. Parar pra estudar pra concurso agora, também parece não ser uma boa. Precisa-se de tempo para estudar para um concurso. Eu preciso fazer minha monografia, preciso de tempo. Preciso também estudar pra uma possível pós-graduação. Mas também, não posso começar a fazer uma pós sem antes ter arrumado um trabalho. E pior de tudo, é que não sei se dá para arrumar um trabalho e depois fazer a pós, pois não sei vou fazer pós nesse estado, com a quantidade mínima de cursos de especializações, mestrados e doutorado, na minha área, nem sei se tem. Completamente perdida.


O que me resta fazer por enquanto é suportar o desespero e me preparar pro que vem primeiro. Não adianta muito pensar nas possibilidades. Porque penso, penso e continuo no mesmo lugar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

É ano de eleição



...Mesmo descrentes de uma política limpa e honesta, cada nova eleição reacende a esperança de mudanças, de propostas cumpridas, de políticos honestos, de medidas efetivas para resolução dos nossos maiores problemas. No entanto, entra governo e sai governo e o que se vê? Medidas paliativas: bolsa fome, bolsa gás, bolsa roupa, bolsa remédio, bolsa... bolsa. As bolsas que só compensam a carência que atinge grande parte da população brasileira.
...Talvez, por isso sejam as propostas que mais se destacam depois das de privatização dos serviços, claro. As privatizações são mais interessantes para o Estado, que continua a cobrar os impostos, mas se livra da responsabilidade com a população. Para os empresários é uma maravilha, quer meio melhor de lucrar? País pobre, onde a concentração de riquezas é maior, o Estado não interfere em absolutamente nada, só cobra os impostos, que representam um valor mínimo perto do que se lucra à custa da exploração de mão-de-obra barata e alienada. E para os pobres, oportunidade de emprego, consequentemente a dignidade, o consumo. E assim ouvimos falar em desenvolvimento econômico do país, aumento do PIB, diminuição na taxa de analfabetismo, mas a olho nu ainda observa-se a pobreza, a exclusão.
...Mudar a situação? Sim, nós temos a opção do voto. Na verdade, nós escolhemos os nossos representantes. Mas será que a democracia funciona como o próprio conceito a designa? Talvez o problema esteja na democracia representativa. E, como um pequeno grupo que detém o poder pode atender as reais necessidades da maioria sem deixar que os caprichos do seu grupo os influenciem?
...É difícil acreditar em mudança vinda de políticos. Acaba sendo “daquele jeito”: antes das eleições as promessas e depois as decepções.
...Mas também, não adianta só dizer que todos são ladrões, corruptos e "jogar voto fora", o voto consciente ainda é importante. Apesar de tudo, ainda é imprescindível analisar bem as propostas e por elas se guiar, além do histórico do político, embora esteja fadado à mudança brusca após a eleição. Mas, é melhor votar em alguém que tem a ficha limpa do que naquele cuja ficha já tá mais do que "borrada".

...Em momentos de eleição temos que olhar pra frente e pensar no que deve ser feito, mas não podemos nos esquecer de olhar pra trás e ver o que foi feito, e quem o fez ou mesmo o que vem sendo feito. E este ano deve-se dar atenção ainda maior ao que acontece na esfera política, já que é, também, ano de Copa do Mundo, o que atrai todo o foco para os jogos, jogadores e tudo mais que esteja relacionado.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Penso Paro Penso


paro e penso
penso e paro
paro pra pensar
penso por parar
paro porque penso
penso porque paro
nunca paro de pensar