sábado, 29 de maio de 2010

Devolve o que é meu









Devolve o que é meu
Se eu pudesse descobrir
São palavras sem sentido
O que eu não consigo aceitar
Minha incompreensão não permite
Devolve minha liberdade
Você finge e não admite
Eu não consigo permitir
O silêncio me corrói
Já não posso falar
Devolve minha expressão
E a sua revolta que causei
À vingança da minha
Eu quero e não posso
Eu quero o meu espaço
Devolve minha privacidade
Devolve o que é meu

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Raiva. Quem nunca sentiu?

Pra mim, não tem sentimento pior que esse. Quase sempre tento reprimir a minha ira. Mas já vi que pode não ser uma boa opção. Cada vez que a prendo dentro de mim, ela fica guardada e vai se acumulando e se tornando cada vez mais freqüente, até que eu exploda de uma vez. E só então vem aquela sensação de cura da ira (é bom quando não vem a culpa depois). Às vezes, acabo explodindo por besteira, e tudo aquilo que precisava ser dito não foi feito em tempo. Na tentativa de amenizar os conflitos inflando esse nó dentro do peito, fico mais tensa e, logo fica fácil encontrar qualquer motivo para uma nova raiva.

Se o problema fosse somente o de parecer um doido que se descontrola por besteira seria mais fácil conduzi-lo, mesmo porque “de louco todo mundo tem um pouco”. Entretanto, estudos revelam que “Sentir raiva é um risco para cabeça e coração”.

Estudos realizados na Southern California University e no Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, apontaram que em indivíduos hipertensos as situações de estresse e raiva não provocam no fluxo sanguíneo, e o mesmo efeito é percebido em pessoas com pressão arterial normal.

Em indivíduos saudáveis, a raiva e o estresse mental causam a dilatação da artéria carótida (que levam o sangue do coração para o cérebro) e aumentam o fluxo sanguíneo em toda a região cerebral. A pesquisa revelou que, nas pessoas hipertensas, o reflexo de dilatação não ocorre. Portanto, a situação de raiva não produz vasodilatação nem mudanças significativas no fluxo de sangue no cérebro.

De acordo com Tasneem Naqvi, um dos realizadores da pesquisa, a vasodilatação inadequada, ou a ausência de dilatação em resposta à situação de raiva ou estresse pode levar à isquemia do miocárdio (má irrigação do músculo cardíaco), aumentando os riscos de quem sofre de doença de coração, mesmo se o quadro estiver estável e controlado.

Sabe-se que, quando não há aumento do fluxo de sangue no cérebro durante atividades mentais, a cognição e o desempenho cerebral podem ser afetados. A descoberta da ausência de dilatação em resposta à raiva e ao estresse mental pode ajudar a identificar os indivíduos com maior risco de eventos cardiovasculares futuros.

Além das descobertas dos efeitos da raiva no fluxo sanguíneo, novos estudos têm mostrado que o sentimento causa mudanças elétricas no coração, que podem predizer arritmias futuras.

A raiva também pode causar o aumento de uma substância relacionado ao estreitamento das artérias, provocando doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizado na Universidade Duke, nos EUA, a raiva e outros fatores comportamentais e psicológicos podem ser os responsáveis por cerca de 50% dos ataques cardíacos em pessoas que não apresentam os fatores de risco tradicionais.

Inspirada nas minhas crises de raiva, resolvi escrever um pouquinho sobre isso, quem sabe assim as coisas acalmem um pouco mais dentro de mim e também possa servir de alerta para outros leitores, que como eu, se “iram” facilmente.

Fonte: Terra.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Desabafo docente

Tava bom demais pra ser verdade, bastou à primeira prova pros queridos alunos revelarem a sua face e a professora querida se tornar inimiga para alguns.


Depois de um mês de aula e na corrida contra o tempo, consegui concluir o conteúdo e até fazer algumas avaliações nas 3 séries (6ª, 7ª e 8ª), e já era hora de fazer a primeira prova, com questões bem elaboradas e referentes a todo o conteúdo dado e revisado em sala. Eles estavam um tanto quanto tensos e ansiosos, a prova foi desmarcada duas vezes e nas duas tiveram alunos que fugiram antes, pra não fazer prova e acabaram perdendo revisões decisivas, resumindo questões da prova (rs). Eu não esperava tantas notas baixas, afinal, tava tudo no caderno atividades que eles fizeram. Entretanto, a decepção foi grande. E, graças a Deus, pelo menos um ou dois alunos chegaram a notas acima de 9,0 em cada sala. Imagina: se de 30 alunos, um tira 9,5 e os outros abaixo de 5,0, de quem é a culpa? Do professor, certamente. Pra entender isso não precisa saber muito de pedagogia. Mas, só depois de devolver a prova para responderem pesquisando, percebi que nem pesquisar eles sabem. É triste! São alunos de 15 anos em 6ª série que não sabem ler, nem escrever. Na verdade, eles desenham letras, e acabam copiando de um que sabe. A maioria são pessoas sem perspectiva nenhuma de vida. Estudar? Escola? É muito difícil! O professor deve compreender isso e buscar a melhor forma de lidar sem deixar que o aluno perceba, porque se ele percebe, o professor é “mole”, tá “aliviando”, aí vira bagunça. Não é nada fácil pro professor, que muitas vezes é visto como o inimigo, e quando tenta ser amigo acaba em situações não tão agradáveis como uma que eu passei ontem. Tava na hora da prova, aquela boa e velha organização da sala, desfazendo os grupinhos pra amenizar o problema da cola, quando uma garota grita e começa a falar um monte de baboseiras dizendo que não ia mudar de lugar, eu tomei até um susto, e a minha reação não foi outra, comecei a rir, assim como os outros alunos. E pedi mais uma vez que ela mudasse, pois eu queria entregar as provas. Mas, por ela ninguém receberia, como ela mesma fez questão de dizer gritando. Tudo bem, comecei a entregar a prova, meu sangue já tava fervendo, mas me controlei, enquanto pensava se a garota achava que eu iria ceder à vontade dela porque gritava. Tendo que suportar a voz chata ainda falando, passei por ela e não entreguei a prova, falei que só receberia depois que mudasse de lugar. A menina ainda falou mais algumas besteiras, eu só ouvi quando ela disse “nem minha mãe bota moral em mim, professor vai botar...” E já com o rosto pegando fogo, respondi nada calmamente: “garota eu não tô aqui pra botar moral em ninguém, você tem que saber seu lugar. Eu não to sendo paga pra isso, isso não é meu trabalho. Se a tua mãe não coloca moral em ti, problema de vocês, eu não tenho nada com isso.” “Eu sei que a senhora não tá aqui pra botar moral em mim...blábláblá blábláblá”, “então pronto, eu não vou discutir contigo”. Ela não fez a prova e o fato foi comunicado a coordenação, pra não me trazer problemas futuros. Mas a partir de então, é esquecer o fato, tratá-la normal, não “marcar”, enfim mostrar superioridade. É mole? “Hum-hum nadinha”. Mas, é a vida, não dá pra ser tudo perfeito e como dizia um louco professor meu “Se nem Jesus agradou a todos, como poderei eu agradar?”Sabias palavras. Claro, ficou aquela culpa e duvida: "Será que eu fiz certo? Deixei a garota sem prova por causa de uma besteira. Mas também, eu não poderia voltar atrás, se o fizesse daria motivo pros outros; ela já tinha gritado comigo mesmo... De alguma forma isso serviria de exemplo para os outros, e se eu cedesse ficaria "desmoralizada" na turma toda, que até concordou comigo." Ehh, foi a primeira de tantas outras situações que estou exposta e disposta a passar, talvez isso sirva de lição pra mim. Quem sabe assim eu encontre forças pra tentar outra graduação ou um concurso desses federais, que não seja no campo da docência, cujo meu trabalho seja valorizado ($) e eu não tenha que esquentar minha cabeça com filhos de pais "sem moral".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tanto Faz




Mas já não importa mais nem o pouco nem o além

As máscaras encontradas no chão expondo a encoberta

E pouca diferença faz se faz alguma diferença o que não tenho

As pedras transformadas em pó depois de acusarem o pecado

A água empedrada pelo tempo em que batia em pedra dura

As lágrimas em sangue derramadas pela intensidade da dor

E tanto tempo com a ferida em carne viva não cicatrizada

O pleonasmo repetindo de novo o que já aconteceu

E tristezas inconformadas pela extensão da dor que causava

Os desenganos iludidos pelo perdão não concedido

O próprio ato apontando o erro revelado pelo inconsciente

Os pés descalços a sentir espinhos cacos pedras fogo

Nem o frio seco nem o fogo nem a tempestade

Mentira fingimentos alfinetadas críticas.Tudo banal

E você que não é palpável. Não é concretizável

Sem pestanejar sei que essa falta não me incomoda

E já não importa mais se tenho pouco ou um pouco mais

Se o "tenho" pode variar quando o presente virar passado

E o "perder" chega a ser uma condição pro existir

Se o "existir" é única certeza do que ainda tenho. Tanto faz

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O Sonho

Ontem tive um sonho estranho. Sonhei que a ingenuidade me deixava só. A ilusão me deixava em paz e a solidão segura firmemente na minha mão. E chorava como criança sem mãe. Apareceu um estranho que ia me guiar a direção. Não temi, e agarrada à solidão, apenas segui. Ele também não se importava se eu estava com medo ou desconfiada, sabia que não havia escolha. Passamos por pedras, labirintos e ao chegar num deserto ele apenas olhou em meus olhos, como fizera da primeira vez, e sumiu, virou pó, fumaça, não sei ao certo. Pronto, agora éramos eu e a solidão, mais uma vez. Fiquei triste, já estava começando a me acostumar e a gostar daquele homem que nada dizia, que mal me olhava e que só caminhava, sem me esperar se resolvesse parar. Mas eu não podia cobrar mais do que aquilo que ele tinha sido pra mim; ele me guiou. Apareceu quando eu mais precisava e foi embora quando eu menos esperava. Mas continuei, eu reclamava, mas solidão não dizia nada, apenas um olhar pro horizonte, um pensamento distante. Seguíamos reto, acompanhando uns passos. A ingenuidade me pousou o ombro, já tava em tempo. O que me preocupava era que, para acompanhá-la, logo viria a ilusão. Pelo menos já não estaria sozinha com a solidão. Mas foi quando bateu uma ventania no deserto, e, “do nada” um trovão. Levei um susto, acordei. Era um raio que acabava de cair no começo da minha rua.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Só de passagem














Só de passagem

Mesmo estando tudo bem

Mesmo sendo feliz

Sou só de passagem

E mesmo   triste

E vida não rindo pra mim

Sou só de passagem

Nas festas e comemorações

Nas reuniões, entre amigos

Sou só de passagem

Um salário suado e mal recompensado

E até  uma boa gratificação

Sou só de passagem

E no aconchego do lar

Nos conflitos em família

Sou só de passagem

Em dias sombrios e noites de frio

Estarei sempre de passagem

Não nasci pra ficar

Estou só de passagem

Sou só de passagem

sábado, 1 de maio de 2010

Mulher Barriguda




Mulher barriguda que vai ter menino

qual o destino

que ele vai ter?

que será ele

quando crescer?


Haverá guerra ainda?

tomara que não,

mulher barriguda,

tomara que não...


João Ricardo/ Solano Trindade