quinta-feira, 25 de julho de 2013

Deixo queimar

Acendo um cigarro, até a varanda, preciso dar uma ultima tragada, pra pensar com menos peso em tudo o que tem acontecido. Engulo e tendo queimar essa agonia que está me queimando por dentro, esse meu medo do que possa acontecer. Não sei exatamente o que se passa, mas sei que as coisas não estão bem. E tento conserta-las do jeito que sei, mas parece não funcionar. Se eu ao menos soubesse o que se passa nos planos das ideias. Tenho que deixar as coisas cozinhando. Enquanto cozinham, me queimam e acaba o meu cigarro. Pequeno demais para fazer tudo passar, pois quanto mais penso mais palpito. Preciso queimar mais um. Todas as coisas que não foram ditas, toda conversa que faltou. Eu me sinto uma estranha. E me incomoda não poder me sentir a vontade. Tenho tanto a dizer, e há tanto que queria ouvir. O meu cigarro pode me escutar. Mas nada pode me responder. Ele me queima, eu o queimo e acabo com ele primeiro. Sinto que mais um me fará relaxar. Acendo mais um, vou queimando devagar, respirando devagar. A pressão vai cedendo. Afinal, não há muito a fazer, só esperar. Deixar rolar... deixar queimar. Chega ao meio, já me sinto satisfeita. Deixo-me tragar, vou ficando leve, um pouco menos tensa. Vou levando como um “nem lá”... deixa rolar. Vou curtir minha leveza porque uma hora a tensão vai voltar.

Duvidas

É tudo, estranhamente, estranho. E todos esses pensamentos de desconexão me perturbam. Parece que absolutamente nada faz sentido. E as vezes o melhor que tenho a fazer é me isolar do mundo. Estranho. Estranha eu. De repente, alguns excessos me abusam, e ao mesmo tempo a superficialidade me incomoda. E quero um pouco mais de intensidade, de veracidade. Um pouco menos de palavras, menos do outro. E não quero nada forçado. E, de repente, eu não sei exatamente o que quero. Ou tudo que quero é minha vida dedicada ao trabalho, ao dinheiro e a uma família, ou tudo que quero é uma vida simples, um emprego medíocre que não pague bem, mas não exija muito de mim, de onde eu possa sair cedo e ter tempo de passear com um cachorro. Uma vida simples que se resuma a filmes, livros e chá em algum conjunto popular na Europa. Um amigo mais velho, com quem saio pra tomar um sorvete, uma amiga senhora com quem sempre converse no metrô. O que quero exatamente...não sei. Mas as vezes dá vontade de jogar tudo pro alto. Me pergunto se estou no lugar certo... e se amo o que faço... ou se amo o que me planejo para fazer, mas já não sei. São muitas dúvidas. Se tenho tempo, se terei respostas, ou se serei feliz... só o tempo vai dizer.  

sexta-feira, 12 de julho de 2013

E me deixe em paz

Hoje eu quero brincar de ser feliz. Assim mesmo do jeito que sou, como me sinto bem. Infantil ou não, de pés descalços e livre de conceitos. Você fica aí, em silencio, não fala nada, não interfira se não for dizer algo que acrescente, não entre, sem permissão, no meu território. Nem me peça pra entrar. Não diga nada se for me dar algum alerta. Não quero ouvir conselhos, não hoje. Pode deixar que quando eu perguntar você poderá dizer. Eu não quero sua opinião. Agora eu quero ser o que eu sou, e fazer o que eu quiser. Fique com as suas experiências, com seus erros e me fale apenas se quiser desabafar. Fique com seu bom exemplo e com sua vida perfeita, e aceite que eu posso ser feliz do jeito que sou, não me diga como devo ser. Não quero suas falsas verdades. E faz mais um favor, não pronuncie meu nome com a boca suja, não pense em mim antes de varrer a mente. Não precisa assistir, só precisa me deixar ser feliz assim. E...mais uma coisa, me deixe em paz.