terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Desconsiderar é não estar nem aí pro que o outro fala ou sente
É não se importar, minimamente, com o que acontece
É ignorar, é deixar de lado, é não ter trabalho
Omitir-se é não assumir responsabilidade
É ausentar a própria contribuição
É anular a própria culpa
Afastar é desagradar ou simplesmente não agradar
Fazer da sua ausência algo imperceptível
Tornar-se inútil, desnecessário.
O tempo passa e um dia talvez não se tenha mais a chance de ser importante e necessário na vida de alguém...


sábado, 23 de novembro de 2013

Um Estado de Alma



Uma vida de boa,
um passeio na sexta,
um domingo de praia,
uma boa garoa.
Uma viagem de aventura,
com a consciência tranquila
um momento a dois
uma conversa madura
Uma dança de salão
um balé, uma peça teatral
uma semana no campo
sem qualquer preocupação
Um estado de calma
Respeito e bondade
Uma vida de luta
Justiça e verdade
Alegria da Alma


domingo, 27 de outubro de 2013

E sobre a verdade...

E a consciência? Teria algo a dizer? Talvez.... quem sabe... nada nessa vida é pra sempre, nem mesmo um engano. Tudo que se faz tem uma razão, e não tente dizer que não há razão pro mínimo que você faz. O mínimo pode ser o próximo avalanche. E aí não adianta dizer que não tem culpa. Não adianta tentar achar um culpado. Só restará reconhecer os próprios deslizes, iniciados por simples pensamentos que não teriam importância alguma. Uma pena que tudo comece com o pensamento. Tudo que se realiza parte de um pensamento inicial. E a sinceridade deve estar ancorada ao pensamento, antes da ação, ao verdadeiro pensamento. Falar  o que não pensa, ser o que não é. Um edifício inteiro construído sobre um falso alicerce. A disputa entre o que se quer e o que tem capacidade pra fazer. E no final das contas só restará a lembrança. Se não há capacidade, não há realização, e tampouco satisfação. E se houver realização, não haverá clima pra satisfação, por que no fundo não há verdade, não há compromisso com o que se quer. Uma simples ação, pode fazer tudo ruir. E o que resta a fazer é se preparar pro que de melhor virá. Por que para cada descida, uma subida. Para cada crise, uma alavancada. E sobre a verdade só sabemos que faz sofrer o que não é verdade. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

E fico a pensar...

As vezes eu me pergunto se o fim está fadado ao caos. Se as tendência da vida é piorar. Não que eu seja pessimista. É um pensamento fruto de observações. Todos temos sonhos, todos temos ideais. Traçamos os nossos planos e, muitas vezes, as coisas não ocorre como desejamos. Apesar de ter todas as respostas, sempre me sobram perguntas. Como se essas respostas não me fossem suficientes, simplesmente por não me resolverem os problemas. E a vida parece seguir assim, como um seriado sem fim. Bons momentos, seguidos de dificuldades, decepção, perdas, derrotas. A fé inabalável, às vezes, é posta em suspensão. E o que seria de nós, o que seria de mim sem essa fé. Tristeza, medo e solidão. Essa fé que me dá força, que me faz erguer e que me faz seguir. E me faz ver que o mundo é maior, que a vida é bem mais. O que exatamente... não sei. E mesmo assim ainda duvido. A vida é isso? Lutas, batalhas, vitórias, derrotas, sofrimento, dor... encurraladas nos erros alheios. Egoísmo... o quanto podemos cobrar do outro...e de nós mesmos? O quanto somos? Quanto podemos? Seríamos evoluídos o suficiente para assumir e encarar um erro? E quando envolve dinheiro, vale a pena pagar o preço do próprio desconcerto? E a vida se resume a uma estrada de altos e baixos. Parece que cada vez mais, baixos. Como uma novela que no início incita muita expectativa, e a medida que vai passando vai ficando sem graça. E ao chegar ao final, a vida acaba triste, com muitas lágrimas e lamentações. Que depois passam, e a vida continua pra quem continua vivo, e um dia...acaba.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um pouco menos e muito mais

Menos mentiras
Menos erros
Mais sinceridade
Menos falcatruas
Menos falsidades

Hoje eu quero menos
Menos hipocrisias
Menos exagero
Menos corrupção
Mais consideração

Menos superficialidade
Menos exposição
Agora quero menos peso
Menos razão
Mais pureza

Menos ingenuidade
Mais emoção
Menos críticas
Menos rótulos
Mais respeito

Menos ilusão
Mais cuidado
Mais cordialidade
Mais paixão

E muito mais amor de verdade

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Deixo queimar

Acendo um cigarro, até a varanda, preciso dar uma ultima tragada, pra pensar com menos peso em tudo o que tem acontecido. Engulo e tendo queimar essa agonia que está me queimando por dentro, esse meu medo do que possa acontecer. Não sei exatamente o que se passa, mas sei que as coisas não estão bem. E tento conserta-las do jeito que sei, mas parece não funcionar. Se eu ao menos soubesse o que se passa nos planos das ideias. Tenho que deixar as coisas cozinhando. Enquanto cozinham, me queimam e acaba o meu cigarro. Pequeno demais para fazer tudo passar, pois quanto mais penso mais palpito. Preciso queimar mais um. Todas as coisas que não foram ditas, toda conversa que faltou. Eu me sinto uma estranha. E me incomoda não poder me sentir a vontade. Tenho tanto a dizer, e há tanto que queria ouvir. O meu cigarro pode me escutar. Mas nada pode me responder. Ele me queima, eu o queimo e acabo com ele primeiro. Sinto que mais um me fará relaxar. Acendo mais um, vou queimando devagar, respirando devagar. A pressão vai cedendo. Afinal, não há muito a fazer, só esperar. Deixar rolar... deixar queimar. Chega ao meio, já me sinto satisfeita. Deixo-me tragar, vou ficando leve, um pouco menos tensa. Vou levando como um “nem lá”... deixa rolar. Vou curtir minha leveza porque uma hora a tensão vai voltar.

Duvidas

É tudo, estranhamente, estranho. E todos esses pensamentos de desconexão me perturbam. Parece que absolutamente nada faz sentido. E as vezes o melhor que tenho a fazer é me isolar do mundo. Estranho. Estranha eu. De repente, alguns excessos me abusam, e ao mesmo tempo a superficialidade me incomoda. E quero um pouco mais de intensidade, de veracidade. Um pouco menos de palavras, menos do outro. E não quero nada forçado. E, de repente, eu não sei exatamente o que quero. Ou tudo que quero é minha vida dedicada ao trabalho, ao dinheiro e a uma família, ou tudo que quero é uma vida simples, um emprego medíocre que não pague bem, mas não exija muito de mim, de onde eu possa sair cedo e ter tempo de passear com um cachorro. Uma vida simples que se resuma a filmes, livros e chá em algum conjunto popular na Europa. Um amigo mais velho, com quem saio pra tomar um sorvete, uma amiga senhora com quem sempre converse no metrô. O que quero exatamente...não sei. Mas as vezes dá vontade de jogar tudo pro alto. Me pergunto se estou no lugar certo... e se amo o que faço... ou se amo o que me planejo para fazer, mas já não sei. São muitas dúvidas. Se tenho tempo, se terei respostas, ou se serei feliz... só o tempo vai dizer.  

sexta-feira, 12 de julho de 2013

E me deixe em paz

Hoje eu quero brincar de ser feliz. Assim mesmo do jeito que sou, como me sinto bem. Infantil ou não, de pés descalços e livre de conceitos. Você fica aí, em silencio, não fala nada, não interfira se não for dizer algo que acrescente, não entre, sem permissão, no meu território. Nem me peça pra entrar. Não diga nada se for me dar algum alerta. Não quero ouvir conselhos, não hoje. Pode deixar que quando eu perguntar você poderá dizer. Eu não quero sua opinião. Agora eu quero ser o que eu sou, e fazer o que eu quiser. Fique com as suas experiências, com seus erros e me fale apenas se quiser desabafar. Fique com seu bom exemplo e com sua vida perfeita, e aceite que eu posso ser feliz do jeito que sou, não me diga como devo ser. Não quero suas falsas verdades. E faz mais um favor, não pronuncie meu nome com a boca suja, não pense em mim antes de varrer a mente. Não precisa assistir, só precisa me deixar ser feliz assim. E...mais uma coisa, me deixe em paz.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Desistir?

Frágil demais, parece que a vida nada lhe ensinou, e do que viveu...nada apreendeu. Já madura e ainda não sabe enfrentar os próprios medos. Nova demais pra saber entender que nem tudo pode ser, mas não custa tentar. Nunca se sente preparada pra guerra, não entende que o que prepara é a própria batalha. Quer desistir porque tem medo de não conseguir, de ser desapontada mais uma vez. Quer desistir do que tanto deseja, simplesmente porque tem medo de fracassar. Medos... medos e fracassos. E aquela historia de tentar...só pra ver no que dá... talvez não tenha funcionado, existe um espírito arrogante, ou amedrontado ou mesmo... enfraquecido, pouco “auto-estimado” pra enfrentar uma próxima derrota. Porque mesmo com baixas possibilidades eu quero a vitória, é insuportável a dor da derrota, não gosto de entrar num jogo pra perder. Aprendi que se é pra lutar então devo ganhar. Tenho poucas armas, estou com medo, não me sinto preparada e já quero desistir. 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Cagando e andando


andam dizendo coisas por aí

andam pensando coisas

dizem e projetam

explicam, deduzem

tiram conclusões

apontam, tentam desapontar

especulam

riducularizam

espalham mentiras

plantam discórdias

descobrem segredos

e falam demais

tem soluções para a vida alheia

criam formulas para a vida do vizinho

e vivem a bosta da própria vida

como um espelho

e apenas reflete a própria infelicidade

quando insiste em refletir a historia distorcida do inimigo

quando se ocupa em comentar e difamar

enquanto o personagem principal apenas vive

            cagando e andando pra tudo que pensam, pra tudo o que dizem

 

 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Me vi assim

Parei e olhei pra mim.
Vi o quanto cresci.
Me vi diferente,
sem crises,
sem dor aparente.
Aquele chororô,
aquele drama,
aquela seriedade...cadê?
Me vi como nunca fui,
me vi como realmente sou.
Me vi engraçada, doida, divertida,
 o que poucos terão a chance de ver...
 Vi uma mulher
 decidida, positiva, solidária, alegre e de bem com vida
 e lá eu me vi.
Como até fui uma vez na vida.
 Como achei que nunca voltaria a ser,
como os enganos jamais poderiam me permitir viver.
Tudo na medida certa
E do jeito que tem que ser
De bem com meus limites,
Feliz com meus descasos
Olhei pra mim e me vi assim.

domingo, 26 de maio de 2013

Necrológio dos desiludidos do amor


Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos
seja no claro céu ou turvo inferno.
Os médicos estão fazendo a autópsia
dos desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia.
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados competentemente
(paixões de primeira e segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba

bravo, violento, sobre a tumba deles.

Carlos Drumond de Andrade

sábado, 25 de maio de 2013

Fotografia

As vezes eu fico te olhando, parado, congelado. Com essa sua cara de bobo, bobão, as vezes boboca [rs] e com cara de boba relembro os bobos bons momentos. Você... hum você não me ouve, não me responde, as vezes me sorri, outras me beija, ou olha pra frente me abraçando o abraço de urso que só você tem. Lembranças boas me vem. Eu alí paralisada, pareço feliz, satisfeita, completa. Completa que nada, insegura, temerosa; mas isso não é visível nas fotografias. O sorriso verdadeiro é a única sensação que se percebe. E fico olhando praquele momento em que as coisas eram diferentes. Talvez, eu mais fantasiosa, pelo menos com um pouco de brilho nos olhos. Não diria de inocência, mas de esperança de que tudo pudesse ser doce. Doces momentos que agora deixam o gosto amargo da saudade de um doce engano.

O que me importa agora

O que me vale é o dinamismo, é ação. Chega de ficar pensando, quando a gente quer... vai e faz. A encruzilhada está diante de si, e só resta escolher. Não tem muito o que refletir, não dá pra ficar em cima do muro, enquanto se pensa o tempo passa e o outro te ultrapassa. A vida corre e não há tempo para lenga-lenga. Tento apenas acompanhar os ponteiros do relógio, estou atrás do que me serve, do que me deixa servir, do que me dá serviço. Não me importa ficar parada, não me importa matutar, não há tempo pra isso, apenas corro, busco uma direção. Pensar? Só antes de falar, e pra que pensar? Quem muito pensa, pouco faz. Tudo pode se mover diante do primeiro passo. Mas hoje não quero dar alguns passos, porque busco a certeza, a segurança, o meu retorno; egoísmo, talvez, apenas isso. Hoje eu ponho os pés no chão e faço o que está a meu alcance. O que não consigo, deixo pra depois. Deixo pra amanhã as minhas crises, os meus dilemas. Deixo pra depois as minhas dúvidas e consigo explorar as minhas certezas. Hoje deixo pra depois o que pode não ser, e me ocupo apenas com o que pode acontecer. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O ponto final


Não há mais muito que fazer quando tudo que se diz não faz sentido, ou melhor a confusão das palavras passam a fazer todo o sentido. E o único caminho é o das pedras mesmo, e não há mais cartas na mesa. Quando você descobre que tudo não passou de uma doce ilusão, e aquele cara, não era “o” cara. Quando se faz das tripas coração por alguém que move sequer uma palha, por alguém que não valoriza o sentimento que se tem. Não há mais o que esperar quando o que você esperava era uma atitude, de alguém que só quer te induzir, seduzir, manipular; simplesmente para não ter que se responsabilizar. Acho que só resta um basta quando tudo vira destroços, uma pausa para se reorganizar as ideias. É muito bom não ter que assumir responsabilidades, não comprometer a própria palavra. E palavra? Que palavra? Ah... palavras. Palavras o vento leva, atitudes fazem mudar. E será se é pedir demais? Eu não pedi intensidade, nunca quis exageros, apenas um pouco de consideração, de comprometimento e verdade. Não há mais nada o que fazer quando ficar junto é apenas um resto, caso as outras coisas não deem certo. E pra mim... isso não dá. Não há mais o que dizer quando o que me resta é pedir licença e me retirar. Acho que já chega dessa coisa que não sabe se existe. Se é falta de coragem, eu assumo a dor da responsabilidade, e posso garantir o ponto final melhor pra você. 

sábado, 27 de abril de 2013

Naqueles dias


Hoje estou naqueles dias... em que não dá vontade de fazer nada. Nem aquela viagem que há tanto se esperou consegue animar. Naqueles dias em que não dá vontade nem de conversar. Nem refletir, menos ainda desabafar. Não se sente vontade nem de pensar. Não se quer saber o que se passa pela própria cabeça. Naqueles dias em que o que mais queria era me anular só um pouquinho do mundo, ou me entregar de vez pra ele. Naqueles dias em que não se consegue fazer balanços, não consigo julgar, e sequer planejar. Em que não quero conhecer gente nova, nem sair com os amigos. Nem trocar uma ideia. Naqueles dias em que não quero companhia, quero ficar sozinha. Dias em que não quero nem a minha própria companhia. Em que não quero despender esforço pra qualquer realização minha, tudo que quero é apenas dormir; dormir e não sonhar. Hoje estou assim, sabe?! Assim meio atoa, muito “a ver navios”, e é só assim que quero estar. Hoje estou naqueles dias... sem riso, sem lágrima, sem alegria.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

É preciso saber viver


Quem espera que a vida

Seja feita de ilusão

Pode até ficar maluco

Ou morrer na solidão

É preciso ter cuidado

Pra mais tarde não sofrer

É preciso saber viver

Toda pedra do caminho

Você pode retirar

Numa flor que tem espinhos

Você pode se arranhar

Se o bem e o mal existem

Você pode escolher

É preciso saber viver

É preciso saber viver

É preciso saber viver

É preciso saber viver

Saber viver, saber viver!

Roberto e Erasmo
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Vou embora

 
De repente existe um pouco mais que não sabemos
Há muita coisa entre o céu e a Terra,
Há muita coisa dentro de nós que não conhecemos
Traumas e tramas que ... sabe lá Deus...
O mundo é infinito, somos infinitos nesse mundo
Onde a fantasia pode ser verdade
E a mentira pode fazer sentido
E, sobre a verdade...
Ah... essa muda sempre que precisamos mudar
Importa o justo e correto
Não quero me prender a verdades absolutas
Absoluto só ele...o senhor do tempo
Lições na bagagem...
Hoje só levo as vitórias
E sigo em frente, vou embora

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Por outras vias

A gente diz que tudo passa e que não vai morrer. Mas na hora do vamo ver, a dor parece nos levar a beira da morte. Pra quem nunca chegou, de verdade, a beira da morte, sente que está. Todas as outras coisas parecem perder o sentido. Falta a força pra realizar as atividades mais comuns. Falta sono, falta vontade de comer. Dá vontade de sair andando sem direção, sem rumo. Dá vontade de seguir em tua direção. Falta foco. Falta certeza, clareza. Falta lucidez. Leva tempo pra conseguir reorganizar as ideias, e fico sem saber se um dia consigo reorganizá-las de novo. Dói! Rasga, machuca, maltrata, expreme. Dá medo de ter seguido o rumo errado. Mas não dava pra ficar em cima do muro, e eu não podia exigir nada. Chorar e segurar naquilo que dá. Na luta por uma vida melhor. Na busca por ser alguém melhor. Talvez assim encontramos satisfação nessa vida. Agora só resta buscar a felicidade por outras vias.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

E lá vem


E o que acontece direito comigo, eu não sei. Absolutamente, não sei! Não consigo sentir o que dói. É algo dentro, que prende. Me enche, me sufoca. E por que, eu não sei. Só sei que me invade, e isso não é de mim. Parece que é algo que falta. Algo que me foi arrancado. E isso só eu sei, não é entendível, nem inteligível a qualquer ser que esteja fora de mim. E aquela ânsia já vem se aproximando, vem me invadindo, vem me tomando, tomando minha face, como se algo quisesse sair. Sinto minha pele encher e palpitar.Meus labios tremem. minha sobrancelha, minha face deforma. Me sinto pesada. E lá vem aquele boom. É uma onda que cresce ao se aproximar dos meus olhos. Acho que nasceu na minha garganta, e quando se aproxima da saída nasce mais. Parece que a dor é na alma. Mas onde fica a minha alma? Tão próxima de mim? Tão dentro do meu peito? Tão louca, tão forte, tão feroz, tão voraz. Já não posso conter, ou deixo sair, ou a onda me engole, me explode. E vem, um forte fluxo, loucamente, parece que não quer parar, não vai parar. Fluxo forte. Me alivia, me deixa melhor. Me arranca de vez essa dor! Que dói e  eu nem sei ao certo porque.
 

 

domingo, 31 de março de 2013

O que tenho pra hoje


Hoje eu quero encostar no travesseiro e chorar. Tentar colocar pra fora o que eu sinto. Tentar expulsar o meu medo. Expulsar minhas tristezas, minhas fraquezas. Tentar pôr pra fora tudo que  não posso falar. Hoje eu quero desabar, sozinha mesmo, sem ter ninguém pra me juntar, despedaçar ao lembrar de cada momento, cada lágrima, cada sorriso, tudo o que foi dito, cada dor. Preciso desfazer esse nó do peito, e me livrar desses sentimentos, desses ressentimentos. Avaliar o que é melhor pra mim. Estar inteira pra fazer o que é preciso fazer, estar inteira pra mim. Totalmente entregue aos meus objetivos, sem pontos pra desfocar. Já posso me sentir um pouco mais forte, só de pensar no alívio que virá, depois que deitar e desabar. E no dia seguinte, com certeza já não serei mais a mesma. Estarei pronta pra me machucar outra vez. E posso me sentir tão forte a ponto de, realmente, querer me machucar outra vez. Mas hoje, é preciso desmoronar.
 
 
um motivo
uma razão
um sorriso
o que eu queria 
uma emoção
um sabor
um sentimento
alegria
mas
...
não,
solidão

terça-feira, 26 de março de 2013

Ela ama


Lembra do sorriso, quieto, singelo. Daqueles olhos curtos, arregalados. Das gesticulações ao falar, do jeito de falar. Das mãos pequenas. Tudo nele é bonito. Ele é simples e super inteligente, ela acha. É humilde, cult e nem se dá conta disso – é o que ela pensa. E ele quem será? Menos do que ela espera, talvez; mais do que ela possa imaginar. Aquele jeitinho doce, agradável, sensível, tudo que ela podia querer de alguém. Ele não é charmoso, ele é simples, é puro. Não é de fazer pose. Não é de querer impor um jeito de ser. Ele é crítico, é ético, é certo. É espontâneo, alegre, cheio de vida. Do tipo que se indigna, mas não gosta de confusão. Discute e luta, mas não gosta de brigas. É honesto, tem princípios. É sensível e acredita nas pessoas. Quem é ele? Isso tudo que ela acha? Um príncipe... um herói, um homem bom. Que tem paixão pelo que faz. Faz com paixão tudo que deve fazer. Parece que nunca cansa, vive pra vida, vive para os outros e não tem quem viva por ele... ela seria esse alguém... se ilude, era o que mais queria. E ele seria tudo que ela vê? Talvez não, mas com certeza é tudo o que ela quer.

E não dá...


Eu poderia te oferecer tudo que eu tenho, mas não posso, eu ficaria sem ter o que te dar. Eu poderia te prometer o infinito, mas não posso dar o que não tenho. Tentar te fazer feliz... eu tentei, mas não consigo ser perfeita; preferi amar. Eu posso assumir a culpa de tudo. Tudo bem, eu assumo, se isso te satisfaz, assumo e carrego comigo, assim fica mais leve pra ti. Fugir? Não! Eu prefiro encarar, mas não posso prometer o que não tenho certeza que vá fazer. Eu tenho arestas, tenho alguns excessos, talvez não caiba em fôrmas tão estreitas, tão definidas, tão personalizadas. Talvez existam fôrmas mais amplas, mais espaçosas, talvez não. Mas pouco posso fazer. Não é fácil te fazer feliz, hoje eu prefiro te ver feliz. Acho que não tenho forças pra tentar, a gente resolve deixar tudo como está. E deixo doer, me vejo sangrar, uma hora passa, mas agora não dá.
 

quarta-feira, 13 de março de 2013

O que escolhi


 
E o que acontece exatamente comigo...juro que não sei. É algo de dentro pra fora, talvez... algo de fora pra dentro, não sei. Nada me atinge tanto quanto esse excesso. Excesso de expressões, de informações. E meu coração teria ficado tão duro assim? Frio talvez. Não...É apenas uma forma diferente de sentir o mundo. Se estou gostando? Nem eu posso saber. É uma leveza que me faz bem, por outro lado a impaciência impera, resultado do meu excesso de compreensão de outrora. Eu quero expandir, não consigo mais tolerar o que me parece pequeno e empecilho para o progresso. Eu quero viver a amplitude da vida. E eu já nem sei o que eu quero. Às vezes parece que esqueci de mim, me deixei em algum lugar,  já não sou mais a mesma, já não sou o que fui, e quem até admirei. Hoje posso ser alguém a quem eu não admiro tanto, mas permito ser. Alguém a quem não questiono. Alguém mesmo perdido, sem perseguir qualquer objetivo fixo. Existe uma vida, um mundo a desbravar... ah a imensidão do oceano, eu quero viver como se estivesse no mar. Já sinto dentro de mim o enjoo do embalar da ondas... pra lá e pra cá, e me desafio por saber que é isso que eu quero, não sei exatamente se quero, mas foi o que eu escolhi pra mim.

domingo, 10 de março de 2013

Coisas de Mãe


E o que falar sobre as mães? Sempre preocupadas, sempre pensando à frente, sempre se precipitando. Errando com as superproteções. E quem disse que mãe não pode errar? Sempre cobrando tanto, projetando o papel do cidadão ideal, correto e bem visto pela sociedade. Aí que pega neh... o que é a sociedade? Não vamos entrar nisso agora, vamos falar de mãe. Mãe, que consegue perceber o que os outros não veem, assim diz a minha mãe... "consegue enxergar longe". Se consegue, eu não sei; fazem julgamentos apressados, como forma de proteção. Mães... Ah...as mães!! Sempre tem a coisa certa a dizer... huuum, nem sempre. Mães não são perfeitas, são seres humanos. Únicos seres que conseguem odiar e perdoar numa rapidez incrível aquele que a chama “mãe”. E a intuição de mãe? É amor? É ligação? O que é? Huuum sintonia, telepatia com o anjo guardião daquele a quem chama de filho. Mãe consegue superar a sua intuição, representada nos gestos e palavras mais inocentes e sem intenção nenhuma. Dizem coisas por dizer e até sem saber do que se passa com sua cria. E o que é isso hein?! É certo, mãe também fantasia. E os melhores conselhos são aqueles ocultos, em que elas falam sem precisar advertir, em que elas falam ser querer. Quando, sem querer sua mãe fala “Curte a vida filho, aproveita que a juventude passa rápido”, sem dizer exatamente isso, com essas palavras, e sem querer dizer isso. Quando o que elas mais falam é “mantenha o foco”, “cresça”, “não perca tempo com bobagens”. E na verdade, quando sem querer elas dizem “dê uma pirada”, ela está apenas dizendo o que o coração de mãe fala, e ele fala por si, o amor de mãe tem vida própria e só pode é estar em constante sintonia com o coração de filho. E isso só sendo mãe pra saber... São coisas de mãe.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A quinta de Marina

 
Era uma quinta-feira, não como as outras. Marina já estava a seis meses trabalhando no interior, cidadezinha calma, trabalho tranquilo, aquela chata amiga que sempre abusava da calma e boa vontade dela. Agora já tinha umas outras, do outro setor, mas com quem conseguia conversar tranquilamente. Depois do último trauma, havia evitado conhecer, falar com caras que se parecessem com seu ex. Às vezes achava que não iria mais encontrar alguém com quem quisesse dividir uma vida, com quem quisesse ficar abraçada por horas, sem dizer nada. Com quem quisesse estar nas últimas horas sem pensar em mais nada. E até de sentir isso ela sentia falta. Mas aquele convite poderia lhe acender um pouco de esperança, embora ela não encarasse assim. Ele era só o motorista, e o que os pais dela pensariam? Ela, formada, num emprego medíocre de concurso público, numa cidadezinha medíocre, poderia ao menos namorar um defensor dalí, um advogado que estivesse por ali... ou até alguém no mesmo cargo, com o mesmo grau de instrução. Mas foi de um motorista que ela chamou atenção. Não sejamos injustos, não foi só do motorista, mas não conta o administrativo do outro setor porque tinha algo que lembrava o ex, ela não sabe se era a pose, algum traço, o corte de cabelo, talvez. Não sabia definir o que era, talvez fosse o jeito de chegar, o que com certeza diminuiu as chances com Marina. O motorista era sorridente, um pouco tímido, mas alegre, não tão bonito, não era alguém que chamasse atenção. Um pouco gentil e calado, ao mesmo tempo. Ficava admirando Marina de longe, ela fingia não perceber, assim se sentia mais a vontade pra engatar uma conversa com ele sempre que a levava para casa. Marina nunca foi de tomar iniciativa, mas quase que de forma impulsiva, ela estava conquistando ele. Um sorriso, uma atenção especial. Não se pode definir se estava conquistando, ou se estava encantada. E naquela onda de atenções e sorrisos bobos, ele a convidara para sair. - Já foi no "Diplomata"? . - Ainda não, saio pouco aqui, já comi no Careca, nada fino (risos). Sempre saio com as meninas do protocolo. - Pois vamos hoje comer alguma coisa depois do expediente, ou se você preferir um pouco mais tarde... - É melhor, assim vou em casa primeiro. E o que havia sido aquilo? Era o que Marina se perguntava, era um “encontro”? Depois do expediente, talvez não. Mas e a possibilidade de ir mais tarde?  Ela nunca tinha tido um “encontro” assim, alguém que ainda não era nada... Ela não sabia entender o que era aquilo, ele poderia estar sozinho, precisando de uma companhia, ele queria sair pra jantar, não tinha ninguém. Ou, ele estava mesmo afim. Mas afim como? Afim de fazer dela sobremesa e depois sumir? Não tinha como sumir. Ou ele queria uma diversão, amiga de trabalho, quem sabe? Já tinha aceitado, não iria bancar a louca. O peito se encheu de coragem e determinação, até ter que escolher algo pra vestir. Encontrou um vestido, marrom com estampas em cobre, era um belo vestido. Nada tão sofisticado, uma maquiagem simples... Ela não era tão bela, com rosto que estampava acnes, ficava bem apresentável maquiada. As horas passaram muito rapidamente, a ponto de não ter se dado conta do desenrolar das conversas, da escolha do prato. Era como se estivesse bêbada, mas não tombava. Era como se ela tivesse vivendo tudo aquilo sem aproveitar nada do que tivesse acontecendo em cada momento. Era como se concentrasse apenas no depois. E até que, finalmente, chega o depois. A hora de ir pra casa. Ele abre a porta do carro para Marina, já acostumada com a gentileza, devolve naturalmente um sorriso. Mas aquele sorriso era ofuscante para ele. Mordeu um sorriso para ela, meio sem jeito diante dos próprios pensamentos. Ainda falaram do prato durante o caminho, falaram do casal na mesa ao lado, mas o silêncio predominava e era agoniante, constrangedor. Ao chegar, ela logo se arrumava pra descer do carro, sem que ele tivesse desligado. E aquele investimento todo pra que pra fugir agora assim? Ela não sabia o que fazer, aquela altura tinha medo do que pudesse parecer, normal para uma garota insegura. Mas ele já se sentia seguro o suficiente para segurar no seu braço e tascar aquele beijo, que pra ela fora um tanto precipitado, a ponto de ela não conseguir retribuir da mesma forma. Deu uma aliviada, e mais duas bitoquinhas. - Preciso ir, amanha ainda é sexta, tem trabalho, você também precisa. Eh... obrigada, adorei. Disse ela, meio sem jeito, meio sem querer dizer aquilo. - Até amanha?. - Sim, até amanha. Ela baixou a cabeça sorrindo. Ele ainda a puxou pela bochecha, dando um último beijo meio desajeitado, ela já saindo. Dormir aquela noite? Meio difícil... Por que não deixou se prolongar um pouco mais? Deveria ter dado mais uma bitoca antes de sair. Mas foi de bom tamanho dizer "até amanha", aquilo tinha o significado além do “até mais” habitual.  
 

terça-feira, 5 de março de 2013

Ando meio cansada...


De fotos no espelho...
De lamentações
De indiretas
De dramas
De lamentações
Fotos com filtros
Falsas Aparências
Frases de auto-ajuda
Frases de martírio
Lições de vida
Do facebook
 

sábado, 2 de março de 2013

Para Viver Um Grande Amor

Vinicius de Moraes


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Apenas a dor
Um recente passado
Somente o medo
Doloroso presente
Atitudes precipitadas
Futuro interrompido
Descrenças, Desilusões
Medo do [des]conhecido
Prisão ao passado
Amor nao permitido
Tristeza concebida

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Busca de Mim

ToC TOC TOC...

- Oi, quem é?
- Eu.
-Que você quer?
- Econtrar a Mim... - Mas, Mim não está.
- Está sim... em algum lugar, perdida por aí. Por favor, deixe eu entrar e procurar.
- Mas aqui não tem como encontrar... - Mas, deixa eu tentar, pelo menos. Não demoro muito, preciso, pelo menos buscar.
- Está tudo espalhado, meio bagunçado.  - Não tem problema, é importante para a Mim!
-Pois então entre, mas cuidado, tem muita coisa jogada, é arriscado cair e se machucar. - Tudo bem! Posso até cair, mas... Não vai doer se a Mim encontrar...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Alice

Depois de ter conseguido fechar todo o relatório e ter enviado para o chefe, agora sim, ela poderia dar aquela pausa e tomar aquela casquinha gelada. Tomou banho, trocou de roupa, passou um pó, o rímel, gloss, perfume suave e pronto. A melhor sorveteria do bairro, quiçá da cidade, ficava a quatro quadras da sua casa, já era uma caminhada, e apesar de parecer uma preguiçosa sedentária por estar acima do peso, ela gostava disso. Era carnaval, o bairro estava tranquilo e deserto, mas a sorveteria nunca fechava. Ao chegar, aquela “boa taaarde” calorosa com o sorriso carismático do seu Wilson já a fazia esquecer o cansaço de toda semana. Seu Wilson era um bom senhor que aparentava ser pouco menos 10 anos mais velho que Alice, que tinha 34. Era sempre bom sentar no balcão e ouvir uma de suas histórias engraçadas de quando era criança. O seu Wilson era diferente, era engraçado, um homem bom de coração. Um homem diferente dos outros homens. Era gentil com todos e parecia não ter maldade. Tinha um ar de ingênuo no olhar que encantava Alice. Ela sempre se perguntara porque ele nunca havia casado. Certamente por que não tivesse muitos mistérios, muitas dores, talvez porque sempre foi um bom ouvinte para mulheres com dor de cotovelos e até um ótimo conselheiro, talvez porque ele não fosse bonito, elegante. Talvez pelo simples fato de não ser um galanteador, de ser um homem simples, fácil de entender, um homem aberto, alegre, acima do peso. Talvez porque não fosse rico e nem tivesse grandes ambições. Huuum... gay? Não, ele não tinha nada de gay, mas também não fazia o tipo “tarado”, era um homem sozinho, que como ela, parecia nunca ter antes experimentado dos prazeres da carne, ele era ingênuo, puro, não era um observador típico de curvas femininas, e isso a encantava muito. – Seu Wilson, o meu predileto, por favor. Alice era como ele, aberta, alegre, falava sobre as coisas simples. Eles nunca falavam sobre relacionamentos, não havia intimidade para isso. Além do mais, assim como ele, ela sempre se privava de alguns assuntos, o que muitas vezes os fazia parecer “pessoas fechadas”. Como ele, ela tinha uma vida média, era assistente administrativo na Secretaria de Meio Ambiente, mas nunca falava sobre os assuntos de trabalho. As conversas com seu Wilson eram sempre sobre as mesmas coisas... novelas, futebol, lugares/ viagens, fatos atuais, um pouco de política e até economia. Ela degustava seu sorvete, como uma criança, enquanto ouvia seu Wilson falar da novela, apenas concordava balançando a cabeça. A sua concentração parecia estar apenas no sorvete. Mas enquanto degustava ela pensava no Seu Wilson... sem expressar nada de seus pensamentos... ah ele jamais pensaria nela daquela forma; pelo modo como se tratavam, pelas conversas que tinham, pela falta de interesse de um pela vida do outro, pensava Alice. – Menina, pare de chorar. Já chega de sorvete! E não adianta por que não pagarei outro, você deixou cair porque quis e já tinha comido a metade. Quer ficar gorda? Pare de chorar! Você vai ficar uma sapona de gorda se comer mais, já chega, vamos embora! Dizia uma mulher a uma criança que aparentava ter seus 5 anos. Elas estavam numa mesa do canto, um pouco distante do balcão, mas Alice e seu Wilson eram observadores demais e pareciam prestar atenção em tudo, mesmo enquanto estavam conversando. – Ei menina, pegue um pouco mais de sorvete, é o meu brinde para você parar de chorar!. – Não, obrigada seu Wilson. E a menina aumentou o volume do choro. –pare de chorar filha! Tah vendo aquela moça sentada no balcão? Tá gorda só de comer sorvete. Cê quer ficar assim? Vai ficar uma sapa, só de gorda, ninguém vai querer casar com você! A mãe sussurrou enquanto puxava a filha para fora, acreditando que apenas ela estava ouvindo. Alice olhou para trás, tentando ver as duas que ja tinham dado as costas, ela volta então seu olhar para frente. E encara o olhar do seu Wilson com os olhos já encharcados. –Oh nãão... Alice... não dê ouvidos. Com o olhar condescendente e quase encharcando de lagrimas, também, seu Wilson daria tudo pra não vê-la assim, sai de trás do balcão, e lhe pega no colo. Aquele abraço era tudo o que Alice precisava naquele momento, aquele bigode roçando a sua testa ainda ficaria na lembrança por um bom tempo, talvez ainda até desejasse outros momentos ruins naquela sorveteria, só pra estar nos braços do seu Wilson, o ouvindo dizer que ela era linda.

O mesmo jeito

 
O meu jeito ainda é o mesmo, sim...e o seu também.
 As aparências ainda são essênciais. E onde está a essência?
Quando se quer aparência tudo perde o sentido, já te avisei, o gosto perde a vez.
Eu continuo a mesma, querendo um pouco mais de vida, de verdade, de sabedoria.
Não quero as grandes rodas, não quero ser de classe, só quero um pouco mais de experiência, de mais sabor.
Fique com a sua maquiagem, seu salto, seu blonde hair. Eu quero mais parceria, saúde e liberdade. Eu quero mais amigos, mais de mim, mais aventura e humildade.
E você ainda é do mesmo jeito. Ainda busca o que te faz parecer o que não acredita ser.
 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O que preciso

E quando eu olho pra tudo... e olho pra trás... Ah eu só posso me amar. Jamais me desrespeitar ou admitir que alguem o faça. Jamais ultrapassar os meus limites... e é isso. Quando vejo o quanto cresci, me sinto melhor. Quantas vezes já me despedacei, já me senti um nada. Muitas vezes já fiz tempestade em copo d’água, e pra nada... Muitas vezes já me julgaram e quantas mil eu já julguei... o tempo passa e tudo pode mudar. E o nosso aprendizado será provado em cada conquista, em cada sorriso. A minha alma deixo guardada, como jamais guardei antes. Ser feliz está agora em conseguir crescer e expandir, o resto é apenas resultado do crescimento... e as aventuras e o conhecimento farão parte dos melhores momentos. Ambição... eu sempre tive. E a minha maior ambição agora é conseguir realizar tudo que me faça transcender. Apenas isso. Se estarei só... pouco importa. Nunca tive medo da solidão. O foco agora é crescer e expandir, é disso que preciso. E tenho cuidado de cada pedaço de mim. Vai chegar a hora e deverei estar pronta, eis talvez a causa de tantos aprimoramentos, tantas lapidações. Pedi pra ser uma pessoa melhor...acho que minhas preces foram ouvidas e pra isso tenho que ser moldada e dessa vez tenho força pra ir até o fim. Perdemos muitas coisas, e a força tem que ser maior, ou não há melhoria, não há mudança. É isso mesmo... perdemos para ganhar. Sábio tempo... que me ensinou a dar valor ao que apreendi, ao que sou, aos meus próprios objetivos, meus sentimentos e minha personalidade. Me sinto estranha ainda, mas sei que no final das contas tudo ficará bem melhor. Mas agora... tenho o que preciso. E é disso que preciso agora.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A flor

Ouvi dizer
Que o teu olhar ao ver a flor
Não sei por que
Achou ser de um outro rapaz
Foi capaz de se entregar
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim
Mas mesmo assim...
Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final sem meu lugar
E eu tive tudo sem saber quem era eu...
Eu que nunca amei a ninguém
Pude, então, enfim, amar...vai!
Los Hermanos

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Mais um...


O que ele achou? Que eu ia me derreter só porque ele tem rostinho bonito e cabelo cacheado? O que? Ele nunca levou um “não” antes? Ah, pois ainda tem muito que aprender, e só de pensar que posso ter sido a primeira... ah, isso já infla meu ego, assim como infla o daqueles que são escolhidos como donos da primeira vez. Egoísta? Eu nunca disse que não era. Aliás, péssima época para procurar aproximação hein... eu nunca o iludi, deixei claro a minha acidez, e desde que percebi que podia ser algo além de amizade. Me chamar “coração de pedra” não me faz querer ser diferente... “e daí”, foi o que eu falei, “pior é fingir ser o que não sou”. Bruta eu? Eh...pode ser, mas pelo menos, nunca o enganei. Ele não me pegou numa boa fase... mas também, seria só mais um. Mais um a jogar charme, mais um a querer mais uma conquista, mais um a querer que eu implorasse para estar comigo. Ele tem cara de mais um... papo de mais um... era só mais um. Mais um... E aquele papinho de tristeza, trauma, decepção e solidão... que furada hein, querer me vencer pela pena, compaixão. Carro...dinheiro, ah isso nunca me enche olhos... na verdade me afastou. E se me chamar de mal-amada foi a última cartada, parabéns, essa ele acertou! Mas o que ele esperava...eu não sei. O que ele achou?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tento seguir


Ergo a cabeça, continuo a caminhada. Tento cuidar de mim, pensar apenas no que preciso, mas está difícil. Tento ser apenas o que eu sou e buscar a minha felicidade...mas então eu paro. Era mais simples quando abria mão das minhas dores, das minhas vontades. Era mais fácil só querer te fazer feliz, te alegrar. Abro mão do que eu quero porque me sinto melhor sendo legal com os outros. Era melhor quando me preocupava contigo e tentava te dar toda a força que nem tinha. E tudo que eu fiz foi te mostrar que eu estava pronta pra encarar o que viesse. Eu era mais forte e estava decidida, por ti eu ia me virar, tudo valia. Codependência ou não, era melhor assim. Mas nunca fui tão perfeita a ponto de aceitar tudo, nem tão perfeita a ponto de não esperar algo em troca. Não, eu não queria recompensa, talvez reconhecimento. De repente, só consideração. Um defeito meu, talvez. E talvez, eu errei. Mas não podia me julgar assim. Se todo amor de nada valia, nenhuma jura se cumpria. Nem meu esforço, nem meu amor ou o amor que falou que sentia foi capaz de reverter a decisão. Eu apenas enfraqueci e sofri. Esperava mais, sim. Mais atitude, mais esperança, mais força. Que nem ligasse pro que eu tinha dito, ou que só tivesse cuidado das próximas vezes. Eu esperava que o sentimento falasse mais alto, e falou...orgulho, ódio e rancor. E “no fundo, no fundo” eu só queria colher o que eu plantei, ou achava que tivesse plantado. Por que, pra mim, eu plantei amor. Mas nem amor, nem carinho, nem atenção foram meus advogados... tudo fora pequeno demais perto da minha sentença. Não valeu nenhum dos nossos melhores momentos, abaixei a cabeça e me rendi. E, hoje, ergo a cabeça e tento seguir.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A coragem e a dor


1.      E então chega a hora de parar, de olhar para si. Chega a hora de se avaliar. De avaliar os próprios erros. Nós somos responsável por tudo que vivemos! E é hora de se afastar um pouco de si, de ver de fora o próprio coração, as próprias atitudes. É hora de avaliar o que é preciso mudar. E é hora de confiar mais em si mesmo e se sentir completo assim, com seus próprios defeitos, próprias qualidades, com o próprio cuidado e a própria atenção. É hora de avaliar os reais objetivos, reais desejos, olhar pra dentro de si e perceber o que foi imposto e o que é do próprio gosto. Hora de analisar o que se quer ... de coração, pra correr atrás dos verdadeiros sonhos. É hora de traçar metas, é hora de fazer planos. E então chega a hora em que tudo faz sentido e só precisamos renovar as nossas forças. Então vamos, não há mais tempo para apatias. Não há espaços para a amargura. Me dê as mãos e vamos... A hora é agora, chegou a hora de decolar.
2.      Mas ainda há temor em meu peito, há lembranças ruins. Ainda há abandono, há tristeza e solidão. Existe fracasso, insegurança, despreso e indiferença. Há dor.
3.      Mas existe amor, esperança e perdão... e tudo é útil para que a vida seja plena. Nada poderia ser aperfeiçoado se não existissem falhas, enganos ou ilusões. Não há mais tempo a perder... todo tempo será gasto com o que traz sorte, confiança e leveza. Me dê as mãos, e vamos agora!
 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Cadê?


Cadê você que não está aqui

Você que saiu tirando tudo do lugar

Passou como um furacão

Levantou tudo, revirou tudo que eu tinha

Testou cada pertence

Levantou e soltou cada coisa minha

Quebrou o que eu mais prezava

Cadê você que bagunçou, sacudiu e saiu

Logo você que sempre me ajudou a por ordem

Tá tudo bagunçado e bem pior do que como você deixou

O tempo passou e eu simplesmente parei

Tentando erguer cada pilar

Querendo voltar cada parede pro seu devido lugar

Ainda está tudo assim...por fazer

E cadê você?

domingo, 6 de janeiro de 2013

O tempo e a mudança

E tudo muda num piscar de olhos... será? Ou a mudança não foi percebida... e tudo aconteceu assim por tão pouco. E não importa o que foi preciso pra tudo acontecer. É a lei da natureza... faz parte da vida. As pessoas sempre mudam. O que fazia sentido a um ano atrás hoje não faz mais. E tudo o que mais tinha importância perdeu o valor. Chegou o tempo em que todos os sonhos perderam o sentido. As vezes é bom não nadar. É bom esperar a maré nos trazer... ou nos levar... Mudou o discurso, mudaram as estações e tudo mudou. A paixão não foi transformada em amor. A paixou acabou e o amor não vingou. O sentido de tudo mudou. E faz parte da natureza. O que é verdade hoje amanhã poderá não ser, mas a verdade sempre será uma só. E para as mudanças da vida temos que estar equipados, sempre esperando a hora em que tudo pode mudar. A mudança depende e independe que façamos algo para tudo mudar... as vezes a mudança é resultado de muito esforço, mas quando não, ainda acontece, e apenas como obra do Senhor Tempo. E quanto a este, ah não tem mudança que dê jeito. Mas que nada.... nós é que não sabemos fazer com que as melhores coisas durem mesmo com o passar do tempo. Ah se eu tivesse tanto efeito assim sobre as mudanças... com certeza escolheria mudar os tempos.