domingo, 25 de julho de 2010

Blá blá blá

Não sei que...

Blá blá blá

blá blá blá

blá blá blá

na falta do que falar...

blá blá blá

blá blá blá

blá blá blá

Não sei pra que tanto blá blá blá

sábado, 24 de julho de 2010

Doce melancolia
Não me abala e me causa dor
A esperança infinita
O importante me afasta
Um desejo cansado
Perseverança mal-amada
Impaciência e resignação
Essa é a cor da minha doença
Sentimentos guardados
Solidão acentuada
Pensamentos reprimidos
Um começo sem meio e fim
Felicidade não curtida
Melancolia cultivada

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um domingo de Marina

Era um domingo de manhã. Depois de uma semana de trabalho, um sábado corrido e apenas um domingo pra descansar, ainda tinha casa para arrumar, roupa para lavar; nada muito comum a uma jovem de 23 anos. Desde que Marina decidiu morar só e longe da familia, nunca mais saíra um domingo e para completar, terminou o namoro há duas semanas. O namorado que vivia sem tempo para ela, foi flagrado com uma coroa.
Num interior distante, longe dos melhores amigos, a difícil missão de suportar, além da semana inteira, mais o domingo, aquela carente e chata colega de trabalho que passara no mesmo concurso. Quase todo domingo era a mesma coisa, ela não acertava outro numero, era pra Marina que ligava e o monólogo começava. Falava sobre casa, sobre pratos, comida, sobre tintura para cabelos, sobre esmaltes, perfumes. Falava as besteiras das quais Marina não compartilhava. Falava sobre os presentes do namorado e momentos românticos, nada do que uma pessoa que acaba de terminar o namoro precisa ouvir. E ela só ouvia, vez ou outra soltava um “hum... certo” ou um risinho forçado que saia de uma expressão nada risonha. Ora ou outra ela pede uma opinião do tipo “você acha que eu devo ir de rosa ou amarelo?” e quando Marina finalmente soltava um “olha...” ELA interrompia, e a própria respondia com muitos argumentos. Mas sempre tinha uma escapatória para Marina, ou era o cachorro que se soltava, ou tinha que ir ver a comida, ou tinha alguém batendo à porta. Nessas horas, qualquer “crente” chato batendo à porta tentando convencê-la de ir à sessão de descarrego ou tentando expulsar o demônio da casa dela, era inventado para que aquele monólogo de 20 minutos que já parecia durar uma hora terminasse ali. Pronto, agora ela podia terminar os serviços domésticos, mais tranqüila e melancólica ao som de Legião Urbana. Lembrando sempre da família, dos amigos, dos bons tempos, conseguia fazer tudo até o meio-dia. Antes de almoçar, ainda tinha uma obrigação a cumprir, o almoço do cachorro. Pereba como sempre abanando o rabo, e lambendo sua dona. Dela um sorriso, uma brincadeira rápida antes de colocar água e pronto. A tarde já não tinha muito que fazer. Dar banho no Pereba, deixá-lo cheirosinho pro passeio das 18 é antes um hobby. Pra noite, um milk shake com batatas fritas tava de bom tamanho. À noite, enquanto pereba assistia ao filme de luta, Marina dormia em cima do seu livro predileto que lia pela qüinquagésima vez, Pollyana. O celular ao lado, já estava programado para despertar nos próximos sete dias.




domingo, 18 de julho de 2010

Sonhos: a busca da felicidade

O desejo de se tornar milionário, de constituir uma família, de viajar o mundo todo, de publicar um livro, o desejo de mudar o mundo, ou de contribuir de alguma forma, o desejo de ter “aquele” emprego. Todo mundo tem um sonho? Um sonho? Não, vários sonhos.
 
Até um tempo atrás ficava meio preocupada por não ter um grande sonho, aquele sonho “único”, que sobrepusesse outros desejos. Só depois me dei conta de que o sonho é pessoal e relativo. Ninguem precisa sonhar em ser um grande médico, ou grande advogado, como aquilo que eu acreditava que era ter sonho. Só então me dei conta de que os sonhos são os vários desejos que eu tenho e tive durante todo esse tempo, e olha que não foram poucos.

Durante muito tempo sustentei a ideia de que sonho era aquele desejo que demoraria tempo pra ser concretizado, aquilo por que eu lutaria muito para conseguir e talvez nem conseguisse. E assim foi por um tempo. Quando gurizinha, sonhei em ser uma grande bailarina, isso era um sonho, era algo impossível porque a minha mãe jamais me colocara em uma escola de balé, eu falava, mas ela não dava muita importância para isso, e para ser uma grande bailarina era necessário fazer balé desde pequena.

Foram muitos sonhos que ficaram apenas na imaginação, sem nenhuma iniciativa para que se tornasse realidade. Os meus sonhos deveriam estar voltados para escola, a educação, a única garantia que um pobre tem de mudar de vida. Isso também me preocupava, não que eu não gostasse de estudar, mas no momento não havia muita coisa relacionada a isso que me desse muita motivação. Mas foi então que percebi que tudo que fazia estava aliado as minhas necessidades, e também que os sonhos nada mais eram que os fatores que faziam surgir as necessidades.

Sonhos são todas e quaisquer manifestações de desejos, alguns são mais fáceis de conseguir, outros mais difíceis, o que depende das condições em que cada um se encontra em relação a seus sonhos. Do mesmo modo, temos muitos sonhos e mudamos constantemente as aspirações.

Eu não acredito muito naquela velha historia que tanto a minha mãe quis me fazer acreditar de que podemos tudo que queremos, penso que não é tão simples assim, mas acho que com determinação podemos muito, desde que se queira mesmo (“de cum força”). Mas acredito sim que os sonhos impulsionam a vida. É sempre a busca por realizar alguma coisa, por conseguir algo que faz a vida, e tudo que fazemos diariamente, ter algum sentido. E acredito também que todo mundo tem sonhos/ desejos/ aspirações. E não há parâmetros para se julgar o qué é ter sonho, nem o que seja um verdadeiro sonho, partindo da ideia de que o sonho é algo pessoal e que cada um sabe o que é bom pra si.

E independente de que eles se realizem, ou que eles se modifiquem completamente, o importante é sonhar e buscar até onde permitir o limite de cada um. E não ter medo de abandonar os sonhos e buscar por outras aspirações, o importante é lutar e buscar o que houver de melhor pra si.

sábado, 3 de julho de 2010









Será que ainda haverá caminhos?
E quantos encontros serão permitidos?
E quantas vitórias serão vencidas?
Quantas vezes ainda podemos sonhar?
Ainda terei quantas noites mal dormidas?
Ainda temos tempo pra levantar?
E nossas mão até quando fundidas?
E quanto tempo temos pra aproveitar?
Tempo perdido que não é passado
Sentimos falta do que não fizemos
E porque não fazemos agora?
Os tempos são outros e estamos mudados
O pesar da rotina, o suor e o cansaço
O começo, iniciar e não conseguir terminar
Até onde podem ir essas palavras?
Até onde vão os pensamentos, talvez.

"Adeus, até paro ano"!!!

Chega ao fim o melhor período do ano: São João. Na terra do bumba-meu-boi ainda tem um mês de "brincadeiras" no Convento das Mercês, mas não é a mesma coisa, o clima é outro. Parece que não tem o mesmo calor de São João.


Vai ficando uma saudade mansa, afinal, ano que vêm eles estão de volta. Alguns com as mesmas toadas, que não deixam de ser empolgantes por isso. Afinal, quem se cansa de ouvir “Maranhão, meu tesouro, meu torrão Eu fiz esta toada, pra ti Maranhão Terra do babaçu Que a natureza cultiva Esta palmeira nativa É que me dá inspiração.” na voz do sublime Humberto? Mas também com aquela 'apitada' introdutória, o som das matracas e pandeiros, que passam a comandar as batidas do coração e os movimentos do corpo, com os movimentos das índias e caboclos de pena que hipnotizam, quem se incomoda de já saber cantar aquele “louvor a São João”?

É interessante que existem diferentes tipos de “bumba-meu-boi”, de acordo com o sotaque de cada grupo, e isso acaba levando a certa rixa entre os grupos que é bonito de se ver quando delas são feitas toadas. Esses duelos cantados me fazem admirar as toadas até do “boi” mais “pebazinho” que ninguém da muito valor.

Tem boi pra todos os tipos, eu gosto de todos. "Tah bom"... nem todos, há uma certa repulsão por aqueles que perdem as características do boi, que mais parecem escolas de samba, como o Pirilampo (que eu nem sei se ainda existe, não o vi em programação).

Geralmente, quem gosta só do sotaque de orquestra afirma que o boi de matraca / zabumba são desorganizados, tem pouco brilho, sem graça. Já os que gostam somente dos de sotaque da Ilha afirmam que os de orquestra não são "de tradição", foram forçadamente inventados, ou então que é boi de elite.

Independente de qualquer disputa, é uma das únicas brigas que se permite ser admiração por quem não se envolve em nenhuma das causas (rs). E como tudo que é bom tem que acabar cedo o São João se despede, deixando no seu “até paro ano” um gostinho de quero mais e sempre mais.