O desejo de se tornar milionário, de constituir uma família, de viajar o mundo todo, de publicar um livro, o desejo de mudar o mundo, ou de contribuir de alguma forma, o desejo de ter “aquele” emprego. Todo mundo tem um sonho? Um sonho? Não, vários sonhos.
Até um tempo atrás ficava meio preocupada por não ter um grande sonho, aquele sonho “único”, que sobrepusesse outros desejos. Só depois me dei conta de que o sonho é pessoal e relativo. Ninguem precisa sonhar em ser um grande médico, ou grande advogado, como aquilo que eu acreditava que era ter sonho. Só então me dei conta de que os sonhos são os vários desejos que eu tenho e tive durante todo esse tempo, e olha que não foram poucos.
Durante muito tempo sustentei a ideia de que sonho era aquele desejo que demoraria tempo pra ser concretizado, aquilo por que eu lutaria muito para conseguir e talvez nem conseguisse. E assim foi por um tempo. Quando gurizinha, sonhei em ser uma grande bailarina, isso era um sonho, era algo impossível porque a minha mãe jamais me colocara em uma escola de balé, eu falava, mas ela não dava muita importância para isso, e para ser uma grande bailarina era necessário fazer balé desde pequena.
Foram muitos sonhos que ficaram apenas na imaginação, sem nenhuma iniciativa para que se tornasse realidade. Os meus sonhos deveriam estar voltados para escola, a educação, a única garantia que um pobre tem de mudar de vida. Isso também me preocupava, não que eu não gostasse de estudar, mas no momento não havia muita coisa relacionada a isso que me desse muita motivação. Mas foi então que percebi que tudo que fazia estava aliado as minhas necessidades, e também que os sonhos nada mais eram que os fatores que faziam surgir as necessidades.
Sonhos são todas e quaisquer manifestações de desejos, alguns são mais fáceis de conseguir, outros mais difíceis, o que depende das condições em que cada um se encontra em relação a seus sonhos. Do mesmo modo, temos muitos sonhos e mudamos constantemente as aspirações.
Eu não acredito muito naquela velha historia que tanto a minha mãe quis me fazer acreditar de que podemos tudo que queremos, penso que não é tão simples assim, mas acho que com determinação podemos muito, desde que se queira mesmo (“de cum força”). Mas acredito sim que os sonhos impulsionam a vida. É sempre a busca por realizar alguma coisa, por conseguir algo que faz a vida, e tudo que fazemos diariamente, ter algum sentido. E acredito também que todo mundo tem sonhos/ desejos/ aspirações. E não há parâmetros para se julgar o qué é ter sonho, nem o que seja um verdadeiro sonho, partindo da ideia de que o sonho é algo pessoal e que cada um sabe o que é bom pra si.
E independente de que eles se realizem, ou que eles se modifiquem completamente, o importante é sonhar e buscar até onde permitir o limite de cada um. E não ter medo de abandonar os sonhos e buscar por outras aspirações, o importante é lutar e buscar o que houver de melhor pra si.